Borat: Cultural Learnings of America for Make Benefit Glorious Nation of Kazakhstan, de Larry Charles
O comediante vencedor do Globo de Ouro de melhor ator em comédia/musical Sacha Baron Cohen desenvolveu e entregou pela primeira vez seu famoso personagem Borat no programa de sucesso “Da Ali G Show”. Com “Borat – O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão Viaja à América”, Cohen e o diretor Larry Charles conseguem com bom êxito revolucionar o mockumentary. São tamanhos os absurdos desenvolvidos na tela que ficamos inquietos ao perceber que certos trechos podem não ter sido uma mera encenação por parte dos “personagens reais”, ou melhor, o próprio cidadão americano.
A história que dá um cutucão no comportamento, no formalismo e no preconceito dos Estados Unidos mostra Borat em viagem passageira ao país com o intento de mostrar que a precariedade do Cazaquistão pode se igualar aos padrões americanos. Com pouco dinheiro, uma mala, um cinegrafista chamado Azamat Bagatov (Ken Davitian) e uma galinha (!) eles finalmente chegam ao lugar. Não demora a Borat se apaixonar pela estonteante Pamela Anderson (a siliconada de “Todo Mundo em Pânico 3″, na sua melhor “interpretação”), criando uma perseguição obsessiva pela moça. No percurso, ele irá se esbarrar com um casal de judeus (que ele teme como se fosse a encarnação do próprio diabo), com um grupo de mulheres feministas (que Azamat julga terem cérebro da medida de um esquilo), entre outras mórbidas situações.
Cínico e ingênuo, Borat é um personagem pelo qual somos capazes de nos identificar de imediato, sendo fácil embarcar e gargalhar com diversas cenas. Essa evidência de risos do início ao fim só chega a determinado limite quando o filme joga de tempos em tempos conjunturas que não sabemos ao certo se devemos rir ou nos constranger, exemplo da embaraçosa e comentada luta entre Borat e Azamat. Este queridinho dos críticos de melhor comédia do ano não foi tão bem-sucedido o quanto esperado em termos de bilheteria no Brasil (entretanto, foi sucesso nas telas ianques), mas deve encontrar uma grande legião de admiradores no DVD, especialmente para os que apreciaram o não menos engraçado “Ali G Indahouse”, investida anterior de Sacha Baron Cohen nos cinemas.