Resenha Crítica | Sem Medo de Morrer (2007)

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Com o lançamento do esplêndido “Casa de Areia e Névoa”, muitos se surpreenderam que por trás deste aclamado drama estava um diretor embarcando na sua primeira viagem como diretor. Estrelado por Jennifer Connelly e Sir Ben Kingsley, a adaptação do livro de Andre Dubus III revelou Vadim Perelman como um diretor que se empenhou de forma única numa premissa que fala sobre a conquista de um sonho e, de forma pessimista e real, como este objetivo pode atingir uma outra pessoa que também luta pela mesma coisa. Neste caso, uma residência que pertence a um, mas que por erros judiciais acaba no poder de outro. Os cinéfilos que apreciaram este longa sabe como as coisas se desenrolam e o aguardo de um novo projeto do diretor era inevitável, excluindo, claro, o clipe de Kelly Clarkson que ele realizou, “Because of You”. Em “Sem Medo de Morrer” Perelman consegue repetir a surpresa. Mas ela não é nada favorável.

Adaptação do romance de Laura Kasischke, “Sem Medo de Morrer” costura o passado e presente de uma mesma mulher, Diana McFee – interpretada na adolescência por Evan Rachel Wood e quando mais velha por Uma Trurman. Mesmo diante de uma vida harmoniosa, tendo um bom trabalho e a responsabilidade de mãe e esposa, a Diana de Uma Trurman apresenta um comportamento estranho quando é completado quinze anos desde um tiroteio que chocou o município onde vive. Esta tragédia aconteceu no colégio onde Diana estudava e, além de presenciar este horror, ela perdeu sua melhor amiga, Maureen (Eva Amurri, muito popular entre os jovens pela sua rebelde Cassandra em “Galera do Mal”). Um certo sentimento de culpa e dor aparece e sintonizando o passado com alguns acontecimentos recentes começamos a compreender o que tornou Diana uma pessoa incapaz de superar este acontecimento.

É no paralelo dessas dois tempos que “Sem Medo de Morrer” perde a sua força gradativamente. O que é encenado e aceito em breve será mostrado novamente sem que muito seja acrescentado a própria narrativa. E não ajuda muito quando a família de Diana adota posturas que ela não aguardava, todas dispensáveis no fim das contas, como a desobediência de sua pequena filha Emma (Gabrielle Brennan) no escola religioso onde estuda e no adultério cometido pelo seu marido Paul (Brett Cullen). Esses erros de percursos impedem que os dois momentos fundidos no filme fluem com naturalidade e, com exclusividade, aquele onde as duas amigas, Diana e Maureen, estão diante do perigo. Assim, o único destaque vai mesmo pela exuberante fotografia de Pawer Edelman (“O Pianista”, “Ray”), realçando cores através de uma virtude ausente no restante do drama: vida. O desfecho, no entanto, pode dar o que falar.

Título Original: The Life Before Her Eyes
Ano de Produção: 2007
Direção: Vadim Perelman
Elenco: Uma Thurman, Evan Rachel Wood, Eva Amurri, Gabrielle Brennan, Brett Cullen, Oscar Isaac e Jack Gilpin
Nota: 5.5

130 Comments

  1. Nossa!!! Impressionante! Tive de correr pra internet pra tentar entender o filme!
    De qualquer maneira, recomendo muito o filme…já vale a pena ver pela polêmica e final intrigantes!
    Nota 9, só não é 1o porque é um pouco lento no início.

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  2. Ola. Acabei de assistir a este filme e realmente acho que quem assite esse filme pula do sofá pro computador.
    Assim que terminou o flme, eu fiquei sem entender nada, mas agora acho que li alguns dos comentarios tudo faz mais sentido e gostei do filme.
    No final das contas, acho que o final do filme é realmente intrigante e muito bom. Acho que a Diana adulta é tudo fruto da imaginação da Diana nos momentos antes de morrer. É tanto que elas escolhem os nomes das crianças e a Daiana fica com o nome Emma. Ela assiste à palestra do professor de filosofia, que fiz a consciencia é a voz de Deus, e quando a Maureen pede pro Michael atirar nela, a Diana demora, mas diz para ele para ele atirar nela mesma, pois sua consciencia diz isso.

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  3. Pietro, até chegar nos seus comentários pensei em digitar exatamente o que voce postou aqui. Parabéns!!! Não só pela clareza demonstrada e passada da compreensão do filme, mas pela humildade que demonstrou em não querer impor sua opinião, apenas dizendo: “…entendi assim”. Adorei!!! Assisti ao filme pela metade na primeira vez e realmente não dá para entender nada, hoje assisti de novo, dessa vez desde o início, e depois de prestar atenção ao título original entendi que tudo o que aconteceu foi realmente como se a persongem avaliasse, (se é que é possível), naquele último instante, todas as possibilidades que teria ao fazer sua escolha. Então ela experimenta tentar viver com a culpa, e vê que não seria capaz. Assim, ao final, diante da nobreza da amiga, (que se ofereceu para morrer em seu lugar), ela tem a certeza de que, diante do que seria a vida dela, a amiga seria merecedora da chance de continuar vivendo. Parabéns, e sendo bem sincera e sem medo algum de ser criticada adorei o filme. Um grande abraço a todos!!!

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  4. João, mas é com a confusão com a qual a narrativa apresenta as passagens que o filme acaba encontrando a sua maior virtude, que é o de fazer o espectador ficar mais antenado aos detalhes.

    Carolina, acho que a maioria da galera teve que recorrer a Internet para compreender um pouco melhor o filme, rs.

    Virgínia, imagina, este espaço não tem intenção alguma de criticar as pessoas por gostarem ou não de um filme. Fico feliz por você ter gostado e fico muito feliz pelos parabéns. Volte aqui sempre que desejar, pois sempre será bem-vinda para opinar. Abraço!

    João e Jeremias, obrigado. Estarei visitando os blogs agora.

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  5. Oi gente!!

    Sou mais uma que fiquei confusa ao assistir o filme, agora sim entendi,,,
    Agora tenho uma questão…ninguém comentou sobre quando ela foi a sala de aula levar flores….ela colocou uma na mesa do professor….e outra em cima da mesa onde ela sentava….??? ou foi impressão minha????

    Parabéns pelo site….amei!

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  6. Nossa! esse filme e muito embolado, nao entendi muito nao. Eu acho q foi mostrando como seria a vida dela, que ela tanto planjava o futuro….
    Mais valeu a pena… Apesar das voltas a mesma cena eu gostei do filme.

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  7. Marcelo, já que acho que o filme não é nem uma merda e nem foda.

    Nicoly, dê uma lida nos comentários daqui. Você perceberá que, na verdade, o filme não é bem assim que você imaginou. Também achei que valeu a pena, mas essa repetição que você menciona ser bem irritante.

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  8. Bem..devo falar que a principio eu fiquei igual a todos nesse site: perplexa com o filme.sem intender absolutamente nada.
    Nisso vim procurar alguma explicacao na internet e a achei aqui nesse blog.Com isso parei para perceber vários detalhes que me passaram despercebidos.É um filme com uma otima psicologica muito interessante.Simplismente nos tras a repensar sobre a nossa vida e nossas escolhas.Ameiiii e obrigada a todos aqui que conseguiram esclarecer minhas dúvidas.Gostaria se possivel de receber dicas de filmes e afins..obrigada

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  9. Perfeito! Assito esse filme no meu ipod toda a semana, é mto phoda, me faz pensar realmente no sentido da vida, e no sentido da verdadeira amizade! Não sei se alguém comentou, mas ela se imaginou vivendo sem a “M”. Ela não suportaria essa dor, essa perda, a amiga era muito importante para ela, e isso da primeira vez, me emocionou muito, pois acho importante termos esse tipo de relação com os verdadeiros amigos!

    Para quem não assistiu é SHOW!

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  10. Eu assim como muita gente, acabei de assistir o filme e fiquei pensando sobre ele, li todos os comentários e realmente esse filme é pra ser assistido umas 2 vezes..A primeira lógico, onde tudo é uma surpresa e a segunda assistir analisando todos detalhes. O comentário do Ramom acho que diz tudo:

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    Toda a trama se resume aos segundos que antecedem a morte de Diana. Ela morre e Maureen é poupada pelo assassino. Emma é Diana criança, que fugia do rigoroso ensino religioso pois não via qualquer sentido naquilo. Os saltos na piscina são reflexos de sua queda na água do banheiro inundado. O interrupção da gravidez indesejada, fruto de um amor bandido é a interrupção de uma Emma que nunca existiu. A paixão pelo professor, idealizada numa vida que ela pensava poder construir após uma palestra que assistiu dele. A traição do pai à mãe dela, que Diana presenciou de dentro do carro. Todas essas imagens povoaram a mente de Diana nos segundos que antecederam a sua morte. É a velha expressão: “Antes de morrer passa um filme na cabeça da gente”.
    O filme é poético. É lindo do início ao fim.
    Aconselho rever com mais atenção.

    Comentário por Ramon 20/10/2008

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  11. Outra coisa…assistindo o filme, quando Maureen diz que ela deve morrer (essa cena se repete várias vezes)Diana fica calada, parece que tem tanto medo de morrer que prefere que a amiga seja morta, só no fim quando a cena aparece totalmente fica claro que ela prefere ir no lugar da amiga…

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  12. GENTE ! Eu acabei de ver esse filme e me emocionei muito em algumas partes, principalmente no final. Quando já estava no final do filme eu percebi que Diana tinha morrido ao invés da amiga, porém fiquei imaginando que depois de explicar o ponto crítico do filme, para dar ainda mais certeza de que quem havia morrido teria sido Diana achei que apareceria a Maurren adulta com a vida dela. Porém isso não aconteceu e daí eu começei a me questionar sobre qual era o sentido então. Me confundiu porque aí começei a ter muitas dúvidas. Na hora que o filme acabou vim correndo pro computador procurar algo no google e achei esse site que esclareceu muitas coisas. Porém algumas coisas que foram comentadas aqui passaram meio despercebidas no momento em que estava assistindo e pretendo ver o filme de novo com mais calma e atenção, já que estava vendo pela NET. Parabéns ao criador.

    P.S: Só um fato que eu acho interessante é que quando Diana (adulta) vê outra mulher (Diana nova) com seu marido na rua, a câmera mostra seu braço (Diana adulta) com as mesmas pulseiras e ai mostra o braço da mulher (Diana nova) e ela está com as mesmas pulseiras que a Diana (adulta), e aí é mostrado de novo o braço de Uma que está com as pulseiras balançando. Outro fato é quando ela está chorando no chão do banheiro falando com o marido e ele diz: “Eu sou seu marido.” e ela diz: “NÃO, não é!”. Naquela hora você pensa que ela diz aquilo por raiva e que vai querer se separar, mais depois de entender o filme é fato que ela diz isso porque sabia que ia morrer naquela hora e de fato nunca se casaria com o professor.

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  13. GENTE ! Eu acabei de ver esse filme e me emocionei muito em algumas partes, principalmente no final. Quando já estava no final do filme eu percebi que Diana tinha morrido ao invés da amiga, porém fiquei imaginando que depois de explicar o ponto crítico do filme, para dar ainda mais certeza de que quem havia morrido teria sido Diana achei que apareceria a Maurren adulta com a vida dela. Porém isso não aconteceu e daí eu começei a me questionar sobre qual era o sentido então. Me confundiu porque aí começei a ter muitas dúvidas. Na hora que o filme acabou vim correndo pro computador procurar algo no google e achei esse site que esclareceu muitas coisas. Porém algumas coisas que foram comentadas aqui passaram meio despercebidas no momento em que estava assistindo e pretendo ver o filme de novo com mais calma e atenção, já que estava vendo pela NET. Parabéns ao criador.

    P.S: Só um fato que eu acho interessante é que quando Diana (adulta) vê outra mulher (Diana nova) com seu marido na rua, a câmera mostra seu braço (Diana adulta) com as mesmas pulseiras e ai mostra o braço da mulher (Diana nova) e ela está com as mesmas pulseiras que a Diana (adulta), e aí é mostrado de novo o braço de Uma que está com as pulseiras balançando. Outro fato é quando ela está chorando no chão do banheiro falando com o marido e ele diz: “Eu sou seu marido.” e ela diz: “NÃO, não é!” e bate a porta na cara dele. Naquela hora você pensa que ela diz aquilo por raiva e que vai querer se separar, mais depois de entender o filme é fato que ela diz isso porque sabia que ia morrer naquela hora e de fato nunca se casaria com o professor.

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  14. Juliana, notei que muitos procuram sobre opiniões sobre “Sem Medo de Morrer” logo quando assistem ao filme. Não é a toa que este permanece como a postagem mais popular de todos os quase três anos de blog! E eu concordo com o que o Ramon disse. Mas continuo não apreciando o filme como gostaria. E isto nem uma revisão reverterá.

    Valéria, muito boa a sua observação final. Essa cena que você destaca, passada no banheiro, é uma que fiquei bem atento, especialmente pelos diálogos do conflito entre os personagens. Mas o filme continua me parecendo irregular (e até mesmo forçado) neste aspecto, pois será que a pessoa é capaz de imaginar todo um futuro arquitetado com memórias do passado com somente um flash?

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  15. Como mtos , vim ver se achava uma explicação para este filme e acho que a encontrei . Eu só queria saber , como a Roberta , a ligação da Anna (estudante de Diana(Uma T.)) com o filme . Não consegui entender mto . Alguém conseguiu tirar alguma conclusão sobre isso ou ela não tem importancia no filme ?

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  16. Nathália, importância certamente ela tem, assim como qualquer outro mínimo detalhe do filme, mas essa é uma dúvida que não posso responder, vendo que já vi o filme a um ano e que muitas coisas já não estão gravadas em minha memória.

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  17. A minha ‘teoria” do filme foi que a Diana ( Evan) e a Diana ( Uma) existiram, as duas.
    Pode-se ver no filme que Diana (Evan) fala que vai sair com o professor e elas tem aquela ideia de comprar o sorvete para ele e tal… Bem isso acontece, e Diana ( Uma) que é esposa dele vê, aparece depois a Diana ( Evan) com o professor tomando sorvete.
    Quando Diana ( Evan ) e a amiga dela passam na frente daquela igreja e tem vários túmulos de crianças, ela vê um da Emma, e no final do filme a Emma, filha da Diana ( Uma), morre, aquele seria o túmulo dela.
    Então quando você pensa que está assistindo a história da Diana adulta, como pensamos no começo do filme, no final descobrimos que na verdade estamos assistindo a história da esposa do professor, que era muito parecida com Diana.
    Outro ponto importante, é que quando a Diana ( Uma) vai entrar a escola perguntam se ela é uma das sobreviventes, ela diz que não… Pode pensar que ela não estava na escola.

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  18. Simples, uma mulher pergunta pra Diane: você é uma das sobreviventes? Ela responde que não, toda a parte adulta de Diane se passa no momento em que tomou o tiro, ela caída no chão ainda viva, até fechar os olhos.

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