O que você faria se um estranho com rosto deformado aparecesse em frente à porta de sua residência e lhe oferecesse um milhão de dólares para apertar um botão que causaria a morte de uma pessoa não conhecida? Essa é a base de uma curta história da autoria de Richard Matheson, que foi adaptada tanto para um fraco episódio do clássico seriado “Além da Imaginação” quanto para o novo longa-metragem do diretor Richard Kelly, do cultuado “Donnie Darko”.
O casal Lewis (interpretados por James Marsden e Cameron Diaz) está em um momento muito delicado em suas vidas, pois o filho deles, Walter (Sam Oz Stone) está doente. Mesmo que morem em uma bela residência, é visível que o casal está passando por uma crise financeira. Ela é professora e o instituto que leciona passa a não oferecer mais um convênio médico. Ele, um engenheiro na NASA não muito bem remunerado. É aí que surge o sinistro Arlington Steward (Frank Langella, em um de seus melhores papéis), que dá ao casal vinte e quatro horas para pressionar o botão de uma caixa de madeira que, como informado anteriormente, levará a morte de alguém.
Em aproximadamente trinta e cinco minutos de metragem, “A Caixa” é um filme nota dez pela impecável construção narrativa em torno desta decisão dos protagonistas. Vale ressaltar que esta premissa é ambientada na década de 1970, o que faz com que Richard Kelly se beneficie totalmente da sinistra ambientação de época. É deliciosa a confusão que o espectador passará, que em muitos momentos imaginará que está diante de um filme produzido há três décadas atrás, pois tudo, da direção de arte ao trabalho de fotografia, é retrô.
O que se presencia a seguir, no entanto, é lamentável. Diante de um conceito moral tão básico e eficaz, Kelly começa a ter tiques dos tempos de “Donnie Darko”, criando um suspense científico desnecessariamente confuso. Parece absurdo, mas por traz de tantos mistérios sobrenaturais há até uma conspiração alienígena. A bagunça é tanta que até os excelentes desempenhos de James Marsden e especialmente Cameron Diaz são comprometidos. Não era preciso.
Título Original: The Box
Ano de Produção: 2009
Direção: Richard Kelly
Elenco: Cameron Diaz, James Marsden, Frank Langella, Sam Oz Stone, James Rebhorn, Holmes Osborne, Gillian Jacobs, Celia Weston, Deborah Rush e Lisa K. Wyatt.
Cotação:
Que bom que não foi uma decepção total, afinal ainda torço para que o diretor volte aos bons filmes.
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– Vinícius, eu achei “A Caixa” um filme bem legal, mas que é muito “viajadão”. Enfim, ao menos achei mais intrigante do que “Donnie Darko”.
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se realmente o filme for “viajandão” talvez eu goste. E Cameron Diaz num flme sério a gente paga pra ver.
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Nossa, tenho uma curiosidade enorme sobre esse filme porque adoro Donnie Darko, mas muita gente bateu feio no Southlands Tales (que eu não assisti). Esse lançamento é outro filme que promete dividir o público. Veremos!
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Eu, que confio em Richard Kelly mais do que qualquer outro, não vejo a hora de conferir este.
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Eu já li o conto que deu origem ao filme, e o final dele é surpreendente! Espero que não tenham mudado muito.
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– Marcelo, vamos ver! Eu adoro a Cameron Diaz, mas sempre fico feliz quando ela dá investidas mais sérias, como é no caso de “A Caixa”.
– Rafael, tenho “Southland Tales” em DVD e não vi até o momento por todas as pessoas que conheço (com exceção do Wally) terem detestado. É torcer para a Imagem Filmes parar de adiar o lançamento do filme.
– Wally, sei do seu fascínio pelo cinema de Richard Kelly e, talvez por isto, você não deve se decepcionar.
– Luis, infelizmente não li ao conto, mas me falaram ser idêntico ao episódio “Button, Button” da série “Além da Imaginação”.
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Não sou crítico de cinema, antes apenas opino a minha interpretação. Procuro simbolismo no desenrolar dos filmes. Nesse enxerguei o que fazemos com o nosso livre arbítrio, que valores guiam as nossas decisões e escolhas, esses valores, como critérios, podem mudar ou não diante das situações que se presentam “pela vida”, e com as consequências como vivemos. Ainda notei uma leve mensagem a respeito do amor e do perdão. Por isso, o filme pra mim foi nota 8,5.
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[…] DIREÇÃO DE ARTE “A Caixa“ “As Múmias do Faraó“ “Alice no País das Maravilhas“ […]
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