I Am Here, de Anders Morgenthaler
A mais bela atriz do mundo a já ultrapassar a faixa dos 60 anos, a americana Kim Basinger é uma presença que equivale a 50% de sucesso ambicionado com qualquer produção que a tenha escalado como protagonista. É consenso de que sua beleza desperta o líbido de todos, mas o uso dela como ferramenta para interpretação faz de Kim Basinger uma atriz única.
Nos raros momentos de algum brilhantismo em “A Qualquer Preço”, o cineasta dinamarquês Anders Morgenthaler extrai da face de Kim Basinger a turbulência emocional de uma mulher que, mesmo após os 40 anos, não desiste de se realizar através da maternidade. É doloroso, já no início da narrativa, ver a sua mais recente tentativa de gravidez ser frustrada por mais um aborto espontâneo. Pior é a desesperança que a invade quando o seu marido, Peter (Sebastian Schipper), se recusa a dar mais uma chance para que concebam um filho, afastando-se quando Maria vem com a possibilidade de adoção.
Já em seu prólogo, “A Qualquer Preço” flerta com a fábula ao apresentar espiritualmente um filho que Maria insiste em dar à luz. A propósito, o próprio nome do casal, Maria e Peter, faz alusão a nomes essenciais na concepção e trajetória de Jesus Cristo. Há também Jordan Prentice, um ator com uma estatura incomum e, por isso mesmo, perfeito para reforçar o realismo quase fantástico pretendido.
Com uma carreira que inclui o crédito em um dos segmentos de “O ABC da Morte” (“K is for Klutz”), Anders Morgenthaler é limitado tanto como diretor quanto como roteirista de “A Qualquer Preço”. Sem valorizar a presença de Kim Basinger, Morgenthaler se mostra afeito a uma câmera na mão que a acompanha por trás, registrando as ações que a rodeiam desastrosamente. É também um narrador vacilante, mantendo em banho-maria uma jornada que só efetiva os caminhos tortos da maternidade em uma conclusão ao mesmo tempo desconcertante e comovente.
Alex, fiquei curioso. Espero que eu me surpreenda pois há um tempão que essa moça aí não entrega nada bom!
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Marcelo, talvez por falta de oportunidades, pois os últimos filmes em que ela esteve foram apenas participações especiais. Em 2008 ela fez “Vidas que se Cruzam” e está soberba.
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Não conhecia o filme, mas fiquei bastante tentado a ver. Ainda mais com a Basinger (não lembro o último filme que vi com a atriz).
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Alan, não consigo compreender como Paul Haggis pôde subaproveitá-la em “Terceira Pessoa”, por exemplo. Vai aí uma questão de escolha tanto de Kim quanto dos diretores com quem andou trabalhando.
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Assisti o filme e não entendi quem o pai da criança que Maria teve. Alguém me ajuda?
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Marco, o Russo (assim era chamado o personagem de Peter Stormare) era um cafetão. Portanto, insinua-se que ela teria sido estuprada por uma série de homens enquanto estava naquele “apagão”, sendo assim um anônimo o pai de seu filho. Mais uma analogia aos relatos bíblicos, associando a personagem de Kim Basinger à Virgem Maria.
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Obrigada pelo esclarecimento. Corri aqui assim que terminei o filme, porque não havia entendido o final. E concordo contigo, aproveitaram mal o talento dela.
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Danielle, sempre às ordens! 😉
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Acredito que ela ficou refém do cafetao que a forçou a se prostituir. Ela teve uma filha bastarda 😓
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Exatamente, Fátima.
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Só não entendi o que aconteceu no final do filme, quando a Maria consegue escapar.
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Não entendi o final, como eles vão parar naquele lugar abandonado, e parece que houve uma explosão.
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Márcia, pelo que eu entendi eles a mantiveram dopada por quatro meses enquanto vários homens abusavam dela. Então quando um acidente destruiu o lugar e os impediu de continuar drogando-a ela voltou a si e pôde procurar ajuda.
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Márcia, é exatamente isso que a Beatriz disse.
Beijos para vocês.
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A trama do filme e o mistério da gravidez no final é interessante.
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Também acho interessante, Alexandre, mas sinto que o filme nunca alça voo. Abraço!
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Muito fraco… a mulher só gemia o filme inteiro, quarta não fala, sempre com a mesma expressão, roteiro ruim e fim sem pé nem cabeça.
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