Oscar 2016: Os Vencedores, Os Altos e Os Baixos da Cerimônia

Glória Pires Comentarista Oscars 2016

Virou um hábito sempre armazenar o nosso estoque de tomates podres para atirar a cada vacilo que testemunhamos durante a cerimônia dos vencedores do Oscar. Trata-se de um dos itens do ritual que continuaremos insistindo a acompanhar, mesmo que isso cause frustrações e uma briga contra o sono durante o expediente de trabalho na segunda-feira.

Não é possível sempre agradar gregos e troianos simultaneamente e aí está a maior virtude do Oscar, pois a esperança é de esperar por uma edição futura que seja capaz de abranger todas as tribos. Nesta edição, o debate sobre a ausência de negros entre os finalistas é apenas um dos problemas centrais sobre a falta de diversidade, essa que também denuncia a ausência de outras nacionalidades ou mesmo das mulheres em posições de comando.

De qualquer modo, a balança este ano pende mais para o lado positivo, pois a festa se mostrou agradável de se acompanhar na maior parte do tempo. Claro que não concordamos com todos os vencedores e por isso mesmo preferimos a seguir apontar pontos positivos e negativos que buscam avaliar mais a premiação do que as nossas torcidas particulares. Ao final, é possível ter acesso à lista completa dos vencedores em cada categoria.

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Os prós

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A vitória de “Spotlight: Segredos Revelados” em Melhor Filme

Michael Keaton at Oscars 2016

Quando lançado, “Spotlight: Segredos Revelados” foi apontado como o favorito ao Oscar. O fato de Tom McCarthy ter exibido há poucos meses a comédia “Trocando os Pés” se transformou em mera inconveniência. Porém, as chances do filme esfriaram com as chegadas de “A Grande Aposta” e principalmente “O Regresso“. A consagração da nova obra de Iñárritu em Melhor Fotografia, Melhor Diretor e Melhor Ator pareciam ser os degraus que o levariam a Melhor Filme. No fim das contas, prevaleceu “Spotlight: Segredos Revelados”, um dos melhores entre os finalistas e que só tinha obtido ao longo da festa a estatueta de Melhor Roteiro Original. E o melhor: é um drama bem incisivo em sua denúncia que jamais deixa de segundo plano as virtudes que formam um grande filme, como o senso de trabalho coletivo e a lucidez com a qual trata o seu tema polêmico.

As surpresas

Ex-Machina

É sempre bom ser surpreendido quando acreditamos ter previamente em mãos uma lista com todos os vencedores do Oscar. Melhor ainda quando a ausência da obviedade vem para prestigiar grandes trabalhos. A festa estava seguindo o curso programado quando “Ex-Machina: Instinto Artificial” pegou todos desprevenidos ao ganhar em Melhores Efeitos Visuais. “Mad Max: Estrada da Fúria” também não era a primeira opção de muitos em Melhor Figurino, categoria que geralmente privilegia os dramas de época, como o concorrente “Carol”. Sem dizer “Spotlight: Segredos Revelados”, como já citado anteriormente. Por outro lado, nem todos curtiram tanto assim o destaque de Mark Rylance em Melhor Ator Coadjuvante, categoria na qual Sylvester Stallone era o favorito pela sua interpretação em “Creed: Nascido Para Lutar”. Fica para a próxima, Rocky Balboa.

Chris Rock

Chris Rock at Oscars 2016

Ok, o comediante está longe de ser uma unanimidade, embora seja considerado um dos maiores em um palco de stand up e querido pelo público jovem que já passou horas acompanhando o seriado “Todo Mundo Odeia o Chris”. No entanto, é preciso reconhecer que Chris segurou bem a noite, especialmente pela pressão de colegas negros em boicotar o Oscar após mais uma edição em que a diversidade não assumiu o protagonismo. “Eu pensei em desistir. Eu pensei seriamente. Daí eu pensei: eles vão fazer o Oscar de qualquer jeito. Não vão cancelar só porque eu desisti. E a última coisa que eu preciso é perder um trabalho para o Kevin Hart”, disparou em tom de brincadeira.

Aussies de “Mad Max: Estrada da Fúria” papando prêmios em quase todas as categorias técnicas

George Miller at Oscars 2016

Desde que invadiu Hollywood com toda a sua leva de astros e diretores que ainda resistem firmemente na indústria, a Austrália nunca deixou de evidenciar a força de sua cinematografia. No entanto, talvez desde “O Piano” (co-produção entre Austrália, França e Nova Zelândia) que não se via um filme com o espírito da terra dos cangurus dominando uma grande parte da festa. Foram vitórias em seis categorias: Mixagem de Som, Edição de Som, Maquiagem e Penteado, Montagem, Figurino e Direção de Arte. George Miller não ganhou como diretor e produtor de “Estrada da Fúria”, mas não faltaram elogios ao seu trabalho pelos colegas laureados.

Lady Gaga

Lady Gaga at Oscars 2016

Vencedora do Globo de Ouro de Melhor Atriz por “American Horror Story: Hotel”, Lady Gaga disse em seu discurso que o seu sonho sempre foi ser uma atriz, mas que a carreira como cantora veio antes. Não se sabe se o seu futuro seguirá os trilhos de uma Cher ou de uma Madonna, mas as suas investidas para tentar algo no cinema estão dando certo. Após duas pontas nos filmes de Robert Rodriguez (“Machete Mata” e “Sin City: A Dama Fatal“), Gaga foi um dos pontos altos da cerimônia passada com uma bela homenagem ao musical “A Noviça Rebelde”. Agora, volta a ser um dos assuntos mais comentados da noite com a sua performance emocional para “Til It Happens To You”, canção preparada para o documentário “The Hunting Ground” e introduzida por ninguém menos que o vice-presidente americano Joe Biden. Pena que a caretice quanto a persona extravagante da estrela a tenham feito perder para a fraca  “Writing’s on the Wall”, de Sam Smith.

A promessa de mudanças

Spike Lee at the Oscars 2016

Uma das maiores ferramentas para contornar uma saia-justa é o humor. Com o tópico diversidade enraizado em cada bloco da atração, o organização foi feliz na decisão de caçoar de si mesmo com algumas esquetes. Na melhor delas, a atriz Angela Bassett (indicada ao prêmio em 1994 por “Tina”), insinua fazer uma homenagem a Will Smith, que teve a sua interpretação em “Um Homem Entre Gigantes” esnobada. No entanto, a menção a filmes como “Inimigo do Estado” e “O Espanta-Tubarões” nos levam a Jack Black, mero coadjuvante em ambas as produções. Mas também tivemos pausas para falar com seriedade, como no discurso de novos tempos prometidos pela presidente da Academia Cheryl Boone Isaacs.

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Os contras

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Sam Smith e a vitória de “Writing’s on the Wall” em Melhor Canção Original

Sam Smith at Oscars 2016

Desde que a canção-tema de “007 Contra Spectre” foi lançada, nove a cada dez cinéfilos reclamaram sobre o desapontamento que ela provoca, parecendo uma tentativa desesperada de repetir o êxito de Adele com a extraordinária “Skyfall”. A audiência não perdoou a apresentação do cantor britânico de apenas 23 anos, que definitivamente não tem a presença no palco como a sua principal virtude. No entanto, o pior momento foi a vitória de “Writing’s on the Wall”. Sonolenta, a música tenta conferir desesperadamente uma complexidade que por vezes inexiste na quarta participação de Daniel Craig como James Bond.

A direção da cerimônia

Ryan Gosling and Russel Crowe at the Oscars 2016

Como em qualquer programa ao vivo, é inevitável não cometer algumas gafes. Como se esquecer da edição de 2013, quando o rosto da veterana Emmanuelle Riva foi exibido no quadro em que deveria ser visto o diretor David O. Russell? Em vários momentos, as câmeras do Teatro Dolby não captavam as reações das pessoas que correspondiam aos nomes citados nos discursos. Isso quando elas simplesmente apontavam para o nada, obviamente no instante em que os operadores buscavam por um ângulo privilegiado. O uso de contra-plongée para pegar o apresentador e o telão com a imagem do indicado anunciado também foi bem questionável, assim como a transição da introdução do vice-presidente americano Joe Biden para a apresentação musical de Lady Gaga.

As legendas de agradecimento

Emmanuel Lubezki at the Oscars 2016

Alguns dias antes da cerimônia do Oscar, a Academia divulgou para a imprensa que faria uma mudança para agilizar os discursos. Trata-se da lista de agradecimentos, que deveria correr em um telão enquanto o candidato vencedor se encarregasse de outras abordagens em seu discurso. No entanto, somente quem estava em casa pôde ver a tal lista, que correu em ritmo acelerado em uma barra horizontal. A “inovação” inútil não serviu de nada, pois todos que subiram ao palco priorizaram os agradecimentos como qualquer bom vencedor.

As possibilidades descartadas para amenizar as críticas contra a falta de diversidade 

Mya Taylor at Independent Spirit Awards

Uma série de premiações cinematográficas e televisivas deram tapas sucessivos na cara da Academia, algo que chegou ao seu ápice no último sábado com a realização do Independent Spirit Awards. Entre os principais destaques do “Oscar independente”, tivemos a vitória do jovem africano Abraham Attah como Melhor Ator por “Beasts of No Nation” e da trans Mya Taylor como Melhor Atriz Coadjuvante por “Tangerine”. Para contornar a situação, vários negros foram convidados para apresentar as categorias, inclusive Morgan Freeman em Melhor Filme. Atores de outras nacionalidades também marcaram presença, como a colombiana Sofía Vergara e o astro sul-coreano Lee Byung-hun. Acertos que não compensam novas heresias, como o fato da cantora transexual Anohni não ser convidada para apresentar a sua indicada “Manta Ray” (do documentário “Racing Extinction”) por não ser tão famosa quanto Lady Gaga, Sam Smith e The Weeknd – a soprano sul-coreana Sumi Jo também não foi convocada para interpretar a belíssima “Simple Song #3”, de “Juventude”. Se o problema era falta de tempo, bastava cortar os excessos da cerimônia, como os clipes descartáveis dos finalistas a Melhor Filme.

A falta de sintonia com o público

Chris Rock interview public at the Oscars 2016

Quando apresentou o Oscar em 2005, Chris Rock fez uma divertida “reportagem” transmitida na cerimônia em que perguntava ao público de maioria negra de uma tradicional sala de cinema sobre os filmes indicados ao Oscar e quais eram os favoritos que viram no último ano. Essa brincadeira foi repetida nesta edição, mas algo importante é possível extrair dela: a Academia continua fora de sintonia com o público. Sim, estamos falando de um grupo de especialistas e já há premiações que abrem espaço para o voto popular. No entanto, é o espectador que paga pelo ingresso e que apresenta a reação que pode determinar a permanência de um filme no imaginário coletivo. Sucessos como “Cinderela“, “A Espiã que Sabia de Menos” e “Straight Outta Compton: A História do N.W.A.” receberam apenas uma ou nenhuma nomeação. Até mesmo os estrangeiros com mais destaque no circuito alternativo não marcaram presença, como “Phoenix”, “Acima das Nuvens” e “Boa Noite, Mamãe”. Ao menos a consagração de um blockbuster como “Mad Max: Estrada da Fúria”, que teve uma “taxa de rendimento” em 50% das categorias para as quais foi indicado, provou que ainda é possível unir pretensões artísticas com uma linguagem que se comunica com todos os públicos.

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Vencedores do Oscar 2016

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FILME

“A Grande Aposta”
“Ponte dos Espiões”
“Brooklyn”
“Mad Max: Estrada da Fúria”
“Perdido em Marte”
“O Regresso”
“O Quarto de Jack”
“Spotlight – Segredos Revelados” 

DIREÇÃO

Adam McKay, “A Grande Aposta”
George Miller, “Mad Max: Estrada da Fúria”
Alejandro G. Iñarritu, “O Regresso” 
Lenny Abrahamson, “O Quarto de Jack”
Tom McCarthy, “Spotlight: Segredos Revelados”

ATOR

Bryan Cranston, “Trumbo – Lista Negra”
Leonardo DiCaprio, “O Regresso” 
Eddie Redmayne, “A Garota Dinamarquesa”
Michael Fassbender, “Steve Jobs”
Matt Damon, “Perdido em Marte”

ATRIZ

Cate Blanchett, “Carol”
Brie Larson, “O Quarto de Jack” 
Jennifer Lawrence, “Joy: O Nome do Sucesso”
Charlotte Rampling, “45 Anos”
Saoirse Ronan, “Brooklyn”

ATOR COADJUVANTE

Christian Bale, “A Grande Aposta”
Tom Hardy, “O Regresso”
Mark Ruffalo, “Spotlight – Segredos Revelados”
Mark Rylance, “Ponte dos Espiões”
Sylvester Stallone, “Creed: Nascido Para Lutar”

ATRIZ COADJUVANTE

Jennifer Jason Leigh, “Os Oito Odiados”
Rooney Mara, “Carol”
Rachel McAdams, “Spotlight”
Alicia Vikander, “A Garota Dinamarquesa”
Kate Winslet, “Steve Jobs”

ROTEIRO ORIGINAL

“Ponte dos Espiões”
“Ex-Machina: Instinto Artificial”
“Divertida Mente”
“Spotlight: Segredos Revelados”
“Straight Outta Comptom – A História de N.W.A.”

ROTEIRO ADAPTADO

“A Grande Aposta” 
“Brooklyn”
“Carol”
“Perdido em Marte”
“O Quarto de Jack”

ANIMAÇÃO

“Anomalisa”
“O Menino e o Mundo”
“Divertida Mente”
“Shaun, o Carneiro”
“As Memórias de Marnie”

DOCUMENTÁRIO

“Amy”
“Cartel Land”
“The Look of Silence”
“O Que Aconteceu, Miss Simone?”
“Winter on Fire”

FILME ESTRANGEIRO

“O Abraço da Serpente” (Colômbia)
“Cinco Graças” (França)
“O Filho de Saul” (Hungria) 
“Theeb” (Jordânia)
“A War” (Dinamarca)

CANÇÃO ORIGINAL

“Earned It”, de “Cinquenta Tons de Cinza” (Abel Tesfaye/Ahmad Balshe/Jason Daheala/Stephan Moccio)
“Manta Ray”, de “A Corrida contra a Extinção” (J. Ralph/Antony Hegarty)
“Simple Song #3”, de “Juventude” (David Lang)
“Til It Happens To You”, de “The Hunting Ground” (Diane Warren/Lady Gaga)
“Writing’s On The Wall”, de “007 contra Spectre” (Jimmy Napes/Sam Smith) 

TRILHA SONORA ORIGINAL

“Ponte dos Espiões” (Thomas Newman)
“Carol” (Carter Burwell)
“Os Oito Odiados” (Ennio Morricone) 
“Sicário: Terra de Ninguém” (Jóhann Jóhannsson)
“Star Wars: O Despertar da Força” (John Williams)

FOTOGRAFIA

“Carol” (Ed Lachman)
“Os 8 Odiados” (Robert Richardson)
“Mad Max: Estrada da Fúria” (John Seale)
“O Regresso” (Emmanuel Lubezki)
“Sicário: Terra de Ninguém” (Roger Deakins)

MONTAGEM

“A Grande Aposta” (Hank Corwin)
“Mad Max: Estrada da Fúria” (Margaret Sixel) 
“O Regresso” (Stephen Mirrione)
“Spotlight: Segredos Revelados” (Tom McArdle)
“Star Wars: O Despertar da Força” (Maryann Brandon e Mary Jo Markey)

FIGURINO

“Carol” – Sandy Powell
“Cinderella” – Sandy Powell
“A Garota Dinamarquesa” – Paco Delgado
“Mad Max: Estrada da Fúria” 
“O Regresso” – Jacqueline West

DESIGN DE PRODUÇÃO

“Ponte dos Espiões”
“A Garota Dinamarquesa”
“Mad Max: Estrada da Fúria” 
“Perdido em Marte”
“O Regresso”

MAQUIAGEM E CABELO

“Mad Max: Estrada da Fúria” (Lesley Vanderwalt, Elka Wardega e Damian Martin)
“O Centenário que Pulou da Janela e Desapareceu” (Love Larson e Eva von Bahr)
“O Regresso” (Siân Grigg, Duncan Jarman e Robert Pandini)

EFEITOS VISUAIS

“Ex Machina” 
“Mad Max: Estrada da Fúria”
“Perdido em Marte”
“O Regresso”
“Star Wars: O Despertar da Força”

EDIÇÃO DE SOM

“Mad Max: Estrada da Fúria” 
“Perdido em marte”
“O Regresso”
“Sicário: Terra de Ninguém”
“Star Wars: O Despertar da Força”

MIXAGEM DE SOM

“Ponte dos Espiões”
“Mad Max: Estrada da Fúria”
“Perdido em Marte”
“O Regresso”
“Star Wars: O Despertar da Força”

CURTA DE ANIMAÇÃO

“Bear Story” 
“World of Tomorrow”
“Prologue”
“We Can’t Live Without Cosmos”
“Os Heróis de Sanjay”

DOCUMENTÁRIO EM CURTA-METRAGEM

“Body Team 12”
“Chau, beyond the Lines”
“Claude Lanzmann: Spectres of the Shoah”
“A Girl in the River: The Price of Forgiveness”
“Last Day of Freedom”

CURTA-METRAGEM

“Ave Maria”
“Day One”
“Everything Will Be Okay (Alles Wird Gut)”
“Shok”
“Stutterer” 

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Bônus

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Rachel McAdams at the Oscars 2016

Tivemos Regina George aos prantos…

Ennio Morricone at the Oscars 2016

… Ennio Morricone provando que a justiça tarda, mas não falha…

Jacob Tremblay at the Oscars 2016

… Jacob Tremblay recebendo o prêmio de pessoa mais fofa…

Bear at the Oscars 2016

… a ursa de “O Regresso” como convidada após ser esnobada nas indicações…

Leonardo DiCaprio at the Oscars 2016

… Leonardo DiCaprio condenando toda uma geração de memes…

Glória Pires Comentarista Oscar 2016

… e Glória Pires como a melhor comentarista do Oscar que já existiu.

 

Os Cinco Filmes Prediletos de Brenno Bezerra

Crédito: Eudes Marinho
Crédito: Eudes Marinho

 

Na última quinta-feira, o Cine Resenhas completou nove anos de vida. Esse acontecimento marcante para a história do endereço vem cheio de recordações sobre os primeiros passos. De um projeto descompromissado, atualizado semanalmente, esse “sítio” de algum modo foi fortalecido por uma ação de coletividade, no sentido de que um grupo se fez com outros colegas também novatos com a iniciativa de debates sobre cinema.

Se a memória não falha, a troca de impressões com o Brenno Bezerra aconteceu em meados de 2008, um momento em que o Cine Resenhas estava somente há alguns meses no ar. Residente de Itapecuru-Mirim, cidade do interior do Maranhão, Brenno sempre foi um exemplo de cordialidade na blogosfera, uma qualidade também refletida em sua escrita, que pode ser prestigiada no  Rede Cinéfila. Outro detalhe que só amplia minha a estima por sua amizade é a admiração por Nicole Kidman, tendo inclusive participado aqui de uma homenagem preparada em ocasião do 47º aniversário da atriz australiana.

Recentemente, Brenno pôde eternizar a sua paixão por cinema com a publicação de “Resenhistas na Web: O Novo Crítico de Cinema”, obra em que identifica a transformação da crítica cinematográfica a partir da vinda de inúmeros cinéfilos que encontraram na internet um modo de contribuir com novos pontos de vista no julgamento de um filme, alguns se transformando em novos especialistas. Na segunda metade do livro, há resenhas de sua autoria, bem como a participação de outros dois colegas muito queridos que já participaram desta seção: Kamila Azevedo, do Cinéfila por Natureza, e Matheus Pannebecker, do Cinema e Argumento.

Os interessados por “Resenhistas na Web: O Novo Crítico de Cinema” podem fazer o seu pedido para brenno_cine@hotmail.com. A seguir, confira a seleção de filmes prediletos que Brenno nos preparou.

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...E O Vento Levou (Gone with the Wind)…E o Vento Levou, de Victor Fleming (Gone with the Wind, 1939)

Filme preferido da minha mãe, que acabou me apresentando a ele no ano de 2007. Acreditava ser uma grande e bela história de amor. Enganado estava e que bom que foi assim. Sempre defenderei a tese de que a Scarlett e o Butler são verdadeiros picaretas, mas isso não faz deles maus personagens, muito pelo contrário, eles ficaram cada vez mais interessantes. Em suas quatro horas de duração, o filme não se censura em trabalhar inúmeros atos, que poderiam prejudicar a obra, mas acabam por engrandecê-la sem perder a essência, construída num roteiro com frases simplesmente arrebatadoras, que não tiramos da cabeça e vemos o quão podemos usá-las no nosso cotidiano. Destaque às atuações de Vivien Leigh, Clark Gable e Hattie McDaniel. Pra quem discorda de mim, eu só digo o seguinte: “Francamente, meus queridos, eu não dou a mínima”.

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O Mágico de Oz (The Wizard of Oz)O Mágico de Oz, de Victor Fleming (The Wizard of Oz, 1939)

É sem dúvida o maior clássico infantil da história. Trabalhando aspectos precisos, sem deixar que tons maduros atrapalhassem a obra. Uma perfeita criação de um ambiente do imaginário de uma criança, fazendo ela deleitar-se diante de uma sociedade mágica e repleta de aventuras que ela sempre sonhara que pudesse existir e que finalmente estava inclusa, aliando isso a lições didáticas e éticas, onde podemos denotar a brilhante sacada do Mágico realizando os sonhos do leão, do espantalho e do homem de lata, introduzindo um emocionante final que explora belos valores familiares e de amizade.

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A Noviça Rebelde (The Sound of Music)A Noviça Rebelde, de Robert Wise (The Sound of Music, 1965)

Positivamente açucarado, um filme que investe no infantil sem deixá-lo inapropriado para adultos, e vice-versa. O interessante é que o andar da carruagem podia levar a uma roteiro explorando o antagonismo em diversos atos, mas sabiamente há o acerto da criação de uma oposição racional e até mesmo benevolente, caracterizada pela Baronesa e pelas demais freiras, já que num ambiente onde o vilão é o nazismo, não havia motivos para investir em pessoas maldosas, descaracterizando todo trabalho de autoestima que o filme tem. Canções empolgantes e que não saem de nossa memória, um elenco eficaz e uma locação austríaca que nos dá vontade de mudarmos para lá.

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Cantando na Chuva - Singing in the RainCantando na Chuva, de Gene Kelly e Stanley Donen (Singin’ in the Rain, 1952)

Melhor musical da história do cinema e que é bem mais que o Gene Kelly cantando e dançando na chuva. Confesso que essa nem é minha cena preferida do filme, apesar de louvá-la. Trabalho primoroso com canções divertidíssimas, numa nem tão utópica realidade do showbusiness americano, que acima de tudo acaba sendo uma ode à arte a cada cena. Reverenciando o trabalho do protagonista, de Debbie Reynolds e Jean Hagen, fica o destaque maior para o explosivo e subestimado Donald O’Connor e a melhor dançarina da história Cid Charrise.

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Moulin Rouge! - Amor em Vermelho, de Baz Luhrmann (Moulin Rouge, 2001)Moulin Rouge: Amor em Vermelho, de Baz Luhrmann (Moulin Rouge!, 2001)

Filme que estourou em Hollywood no exato momento que eu era apresentado a minha ídola Nicole Kidman e a mesma saía de um conturbado divórcio com Tom Cruise. No que se apostava que a sua carreira poderia sofrer uma queda brusca, veio uma verdadeira redenção de um período em que a indústria sente muita falta. Numa atuação impecável, explosiva e emocionante, vemos uma química extraordinária com Ewan McGregor num musical que ressuscitou o gênero, onde clichês são incrivelmente bem usados com novas versões de canções marcantes e a apresentação da original “Come What May” – talvez uma das mais belas músicas românticas da história do cinema.  Trabalho magnífico e impressionante em todos os segmentos, que fazem essa obra ter um grandioso valor artístico e pessoal para o cinema, Nicole e seus fãs.

Os Destaques na Coletiva de Imprensa de Amor em Sampa

Carlos Alberto Riccelli, Bruna Lombardi, Miá Mello, Mariana Lima, Kim Riccelli, Bianca Müller e Michele Mara, Amor em Sampa

Realizada nesta segunda-feira, 22 de fevereiro, a coletiva de “Amor em Sampa” seguiu de uma exibição do filme para os jornalistas. Previamente, a comédia musical com alguns toques de drama havia sido apresentada ao público em ocasiões especiais, como no último aniversário de São Paulo.

Com o lançamento acontecendo hoje, trazemos os principais destaques da conversa da equipe de “Amor em Sampa” com a imprensa. Para os presentes à mesa, perguntamos sobre o que mais os atraí à cidade, principalmente em uma época em que a sua desordem é tão evidente. Quanto a análise do filme, ela pode ser lida aqui.

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Sobre entrar para o elenco de “Amor em Sampa”

Miá Mello, Amor em Sampa

Miá Mello:
Quando eu fui convidada para o filme, Carlos Alberto Riccelli e Bruna Lombardi me chamaram antes para tomar um café. Cheguei, perguntaram se estava tudo bem comigo e se eu cantava. Daí eu respondi “oi, como assim?”. Comecei a cantar uma música da qual eu não sabia a letra. Na metade dela, eu fiquei no “lá, lá, lá, lá, lá!”. Foi um projeto muito legal de ter participado, não só por ser sobre a cidade de São Paulo – e eu sou daqui -, mas também por ter feito com essa família, da qual eu me considero parte. Eles são muito especiais. A Bruna escreve, mas também ajuda a dirigir. O Kim atua e dirige. E ainda servem comidas maravilhosas.

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Mariana Lima, Amor em Sampa

Mariana Lima:
Aceitei a fazer o filme antes de ler o roteiro. Quando tudo é feito com essa energia boa, há um convencimento afetivo. Depois de ler o roteiro, e eu geralmente sou chata nesse momento, foi como ter aceitado mais uma vez. Coube-me uma participação dramática no filme, quando o filme tem uma tendência para a comédia. Nesta semana, finalmente o vi e fiquei impressionada com a multiplicidade de gêneros que ele tem. É uma comédia romântica, um drama, um musical. Foi realizado de um jeito que nem sei como categorizá-lo. É um coral de gêneros, o que me deixou muito feliz, pois ele pode falar com muitas plateias.

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Bianca Müller, Amor em Sampa

Bianca Müller:
O meu primeiro contato com o filme foi lendo o roteiro, mas somente sobre o meu núcleo. Foi amor à primeira vista. Quando fui apresentada à Letícia Colin, a minha parceira de cena, a gente casou. Ela é uma atriz incrível, que admiro muito e já conhecia o trabalho. Conectamos-nos de imediato. Fazer uma comédia é isso, é se divertir apesar dos dramas. Quanto ao musical, como a Miá compartilhou, a Bruna disse “legal, gostei da leitura… você canta?”. Ai meu Deus! Canto, com o meu pai, debaixo de chuveiro e tal. Mas na hora eu ia cantar o quê? Parabéns pra você? Cantai algo, tremendo. Eles disseram “tá afinada, né?”. Deu tudo certo, tivemos uma preparadora vocal que foi essencial. Não pude conhecer todo o elenco, somente alguns atores durante os ensaios.

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Michele Mara, Amor em Sampa

Michele Mara:
Estou muito feliz de fazer parte desse filme, porque, diferente de todos, sou a única cantora que atua. O Carlos e o Kim me receberam de uma maneira tão acolhedora, transbordando um amor tão grande que o senti já na primeira vez que estive na casa deles, com a Bruna me analisando para saber se eu realmente era a Ceição. Quando saí de lá, tive a certeza de que esse filme, que é o meu primeiro, mudaria a minha vida. Estou muito feliz de fazer parte desse time. “Amor em Sampa” vem com tudo, trazendo o amor pela cidade, por quem somos, por quem você pode ser e por quem você pode ajudar.

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Sobre a mudança como o principal valor de “Amor em Sampa”

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Bruna Lombardi, Amor em Sampa

Bruna Lombardi:
Uma das coisas que “Amor em Sampa” prega é mudança. Não apenas a mudança na cidade. Há a ideia de que todos nós estamos eternamente em mudança. Não somos o que éramos há um minuto. Essa transformação, essa metamorfose ambulante, é uma constante em nossa vida. Uma cidade muda o tempo inteiro. A mudança já acontece e precisamos direcioná-la. Por que uma coisa deteriora? Porque ela não foi planejada e a mudança acontece para a pior. Isso serve para um ser humano, uma cidade. Serve para qualquer coisa. Essa busca por bons valores para que você consiga mudar você mesmo e, portanto, conseguir agir e construir uma cidade melhor, sempre reclamando das coisas certas. A personagem da Ceição, por exemplo, representa muito essa invisibilidade que esconde grandes talentos, poesia, música, grande arte, e que muitas vezes não tem a oportunidade para se revelar. A mudança começa ao olhar o seu próximo, de se colocar em seu lugar.

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Sobre as canções originais

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Carlos Alberto Riccelli, Amor em Sampa

Carlos Alberto Riccelli:
Eu fiz todas as músicas. A princípio, sabia que precisava de uma canção para o meu personagem, o Cosme. Compor as músicas me ajudou muito a compreender o filme, pois assim vou ajudando a contar a sua história, a história de cada personagem. A minha canção foi a última a ser escrita. A da Ceição foi a penúltima, sabia que precisava ser algo que desse a oportunidade para uma grande cantora, para alguém que conseguisse atingir aquele agudo.

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Sobre o caos em São Paulo e o que a torna uma cidade apaixonante

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Bruna Lombardi, Amor em Sampa

Bruna Lombardi:
A coisa que mais me atrai em São Paulo é o fato de ela ser fruto de nosso trabalho. Aqui, as paisagens são as pessoas, sendo o que pode existir de mais interessante em uma cidade. Assim como a beleza de uma casa são as pessoas que nela estão, o amor que elas revelam.

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Kim Riccelli, Amor em Sampa

Kim Riccelli:
Sim, há o caos e é nele que, às vezes, nasce a beleza. O caos traz muita dureza para as pessoas, mas, ao mesmo tempo, ele as estimulam. Se avaliarmos, todos os movimentos que estão nascendo são fruto desse caos, com o desejo de pensar “vamos tomar uma atitude?”.  Isso está muito presente aqui, no Brasil inteiro. Mas tratando apenas sobre São Paulo, a própria dificuldade estimula as pessoas a serem melhores.

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Mariana Lima - Amor em Sampa
Mariana Lima:
Moro no Rio de Janeiro há 18 anos, mas não há uma vez que eu venha a São Paulo sem que o meu coração não venha à boca. Por ser uma cidade em que o seu olhar não vai para fora, o potencial humano de São Paulo é tão maravilhoso, tão diverso. Talvez até mais que outras megalópoles, como Nova York, Paris. Aqui tem uma mistura muito particular. Creio que isso está no filme, o que é muito bonito. Em uma mesma quadra de rua você pode ver de tudo, mesmo. No Rio há a zona sul. Aqui é tudo misturado.

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Sobre a linha tênue entre a autenticidade e o estereótipo

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Carlos Alberto Riccelli, Bruna Lombardi e Kim Riccelli, Amor em Sampa

Bruna Lombardi:
Por que eu pego o estereótipo? Eu vou explicar. Com o estereótipo, eu atinjo imediatamente o reconhecimento do público. Em “O Signo da Cidade”, não trabalhamos com estereótipos, pois era outra proposta. Aqui, eu quero que o público entre no filme, que fale com ele. Assim como esses movimentos maravilhosos que existem na cidade, ele tem esse desejo de transformação. Se conseguiremos vencer ou não, talvez a nossa geração não saberá.

É um vai para frente, vai para trás. A história não é linear. Ela é cheia de meandros, de curvas. Avança, retrocede. Se você tem uma noção histórica do próprio país, você verá o tanto de retrocesso que passamos.

Voltando à ideia do estereótipo, o público compreende imediatamente sobre o que você está falando ao lidar com ele. Não é preciso três ou quatro cenas para explicações. Tive um problema imenso de tempo, pois o filme tinha de acontecer tudo agora. Tinha muita coisa imediatista, urgente para dizer. Eu precisava muito de pressa para resolver algumas questões. E como você faz isso? Com o estereótipo. Só que aí, qual é o meu próximo movimento? Quebrá-lo. O estereótipo não vai até o fim, ele veio para dizer que é assim que você é e raciocina, mas vamos mudar isso? Vamos para outro lugar? Vamos casar os gays? Vamos fazer uma adoção interracial? Vamos para algum lugar onde temos preconceito de ir? Será que isso é possível? O filme é dedicado a todos que acreditam que sim.

Entrevista com Afonso Poyart, diretor de “Presságios de Um Crime”

Afonso Poyart, Presságios de Um Crime

Sempre há expectativa quando um talento nacional é convocado para tocar uma produção estrangeira. Com “Presságios de Um Crime”, Afonso Poyart integra um grupo seleto de cineastas brasileiros que receberam a oportunidade de trabalhar na indústria americana com um elenco cheio de astros, a exemplo de Fernando Meirelles (“O Jardineiro Fiel”), Walter Salles (“Água Negra”) e José Padilha (“Robocop”).

Sendo exibido a partir de hoje em nosso circuito, “Presságios de Um Crime” permitiu a Poyart trabalhar com mais liberdades do que, por exemplo, Heitor Dhalia, que debutou em Hollywood com o thriller12 Horas“. Em entrevista por telefone, o diretor conta sobre a experiência ao liderar um grande projeto após “2 Coelhos“, a qual classifica como extremamente satisfatória, mesmo com alguns reveses inevitáveis. Para ler a nossa opinião sobre a produção estrelada por Anthony Hopkins, Abbie Cornish, Jeffrey Dean Morgan, Colin Farrell e Marley Shelton, basta clicar aqui.

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Originalmente, “Presságios de Um Crime” foi planejado como uma sequência para “Seven”. Quando o roteiro de Ted Griffin e Sean Bailey foi apresentado a você, havia algum resquício da produção de 1995?

Essa ideia existiu, mas há muito tempo. Nunca foi escrito um tratamento relacionado a “Seven”, pois a ideia nunca foi para frente. Os primeiros tratamentos do Sean Bailey já estavam em um universo diferente. “Presságios de Um Crime” virou outra coisa, mesmo.

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Identifica na “missão” de Charles Ambrose paralelos com as ações do John Doe de Kevin Spacey?

Pode ter, mas nada consciente, de ter de seguir isso. Charles é um vilão que também acredita muito em sua agenda, mas é bem diferente de John Doe.

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Como produtor executivo, Anthony Hopkins exerceu forte influência para a sua contratação em “Presságios de Um Crime”. Como ator, é conhecido pelo temperamento, a resistência a ensaios. Como avalia a experiência e as pressões em dirigir um dos veteranos mais respeitado do cinema?

Foi muito legal. Claro, tivemos os nossos atritos para entender mais sobre o projeto. Eu vim de um filme muito pequeno e, de repente, me vi em um filme desse porte com Anthony Hopkins. Então era natural que ele estivesse com o pé um pouquinho atrás. Acho que a confiança foi se criando devagar entre ele e eu, mas ele é muito legal. É um cara que tem os seus momentos, mas longe de ser uma estrela ao ponto de solicitar luxos, de ter complexos ou  de nos desrespeitar. As discussões sempre foram em prol do trabalho, é um cara que exige muito, que, assim como ele, quer que tenhamos um ponto de vista forte sobre o que pensa sobre os personagens. Claro, não foi fácil trabalhar com ele, mas o importante é que acabou tudo bem. Ele gostou muito do filme. Ligou-me e falou que adorou. E ele está muito bem.

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Ao contrário de Heitor Dhalia, você avalia ter debutado em Hollywood com condições menos restritivas. Sente ter inserido a sua própria assinatura em “Presságios de Um Crime”?

A hora da pré-produção é a mais importante. Houve um produtor nesta etapa que estava lá, todo abilolado. Acho que algumas decisões eu não tive tanta liberdade artística, mas nada de realmente parecido com o Heitor Dhalia falou por aí, no que ele foi bem taxativo no que se refere a não ter qualquer tipo de liberdade. Eu tive. Não total, do jeito que eu gostaria ou que eu tive nos meus filmes aqui no Brasil. A Isabela Boscov fez agora uma crítica do filme na Revista Veja na qual foi bem precisa. Ela disse que consegue ver um filme que quer ser, mas está meio abafado por algumas coisas. Então eu sinto um pouco disso, um problema em lidar com os caras, mas nada demais. Até digo que o problema é na falta de um produtor forte, pois os produtores fracos fazem mais bagunça que a vida. Foi isso que aconteceu no meu caso. Ficou um cara bem fraquinho, que mais atrapalhava do que ajudava.

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Você conseguiu trazer a bordo inclusive o seu montador Lucas Gonzaga, conferindo ao thriller a agilidade que testemunhamos em “2 Coelhos”. Como avalia a nova parceria em uma produção estrangeira?

Tentaram me mostrar alguns editores e logo de cara disse que queria trabalhar com o Gonzaga. Há duas funções que sempre falo que é difícil trabalhar com outras pessoas, sendo o fotógrafo e o montador. Isso é uma questão particular e que já desenvolvi com algumas pessoas que conhecem o meu estilo, sabem do que eu gosto, o que faz a gente trabalhar com mais rapidez. Eu gosto de narrativa que não para, me incomoda quando há lentidão. Normalmente, o Lucas gosta de editar assim quando tem a oportunidade. Gosto de filmes com muito conteúdo. Para contar a sua história em determinado tempo, é preciso que ele ande rápido. O montador e o fotógrafo são duas coisas muito importante para mim que não abro muita mão. Até estava com o meu fotógrafo, o Carlos André Zalasik. Ele foi selecionado como fotógrafo do filme e quando chegou lá, pediram para sair dessa função e ser um dos câmeras por conta de seu inglês não estar funcionando muito bem, sendo uma das coisas que perdi. Foi uma diferença muito grande não ter um fotógrafo ao meu lado, porque entrou um cara que eu não me dei muito bem. Eu não o conhecia, então fiz uma escolha errada e paguei o preço por isso, assim como o filme. São duas funções que acredito que não dá para brincar de trocar, sabe?

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Além de Hopkins, Abbie Cornish se destaca no elenco como a agente Katherine Cowles. A australiana acabara de sair de “RoboCop”, sob a direção de José Padilha. Quais as principais memórias quanto a parceria com Abbie? A atriz em algum momento partilhou sobre as possíveis distinções ao ser dirigida por brasileiros?

Ela é muito legal, foi uma das pessoas com quem mais tive uma relação pessoal. Conversei com o Padilha e ele falou muito bem dela, o que me fez escolhê-la. As pessoas não prestam tanta atenção em relação a nacionalidade. Lá há pessoas de tudo quanto é lado, principalmente diretores, um cargo que não depende tanto da língua. Ao contrário do ator, que você conta nos dedos quantos estão em filmes estrangeiros. Nós temos o Rodrigo Santoro, a Alice Braga… São poucos que conseguiram essa transposição, pois ela é difícil. Para os diretores é mais fácil, não temos que aparecer em frente às câmeras.

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Há alguma novidade quanto ao lançamento nos cinemas americanos? Após o empecilho com a Relativity Media, outra empresa pode assumir a distribuição do filme?

O filme prossegue com a Relativity Media. Digo pelas informações que chegam a mim, pois não participo da parte comercial do filme. A distribuidora teve um problema, como todos sabem, e já tínhamos vendido os direitos para ela. Prossegue no acervo. Ela passou por uma reestruturação e “Presságios de Um Crime” faz parte dela. Acho muito difícil o filme sair deles, pois eles conseguiram essa reestruturação usando o próprio catálogo. Devem lançar para frente, todos os credores usaram o portfólio com “Presságios de Um Crime” nele. Mas é um problema, será o último território que o exibirá.

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Qual o status de “Mais Forte que o Mundo – A História de José Aldo”, o seu terceiro longa-metragem? Há planos para lançá-lo ainda neste ano?

O filme já está em fase de finalização, inclusive em relação ao áudio e aos efeitos visuais. Ele deve ser lançado até o meio deste ano. Ele é bem diferente, tem uma pegada pop e há uma mensagem forte. Eu estou bem orgulhoso dele. É um romance, uma drama familiar e tem ação.

Resenha Crítica | Amor em Sampa (2016)

Amor em Sampa

Amor em Sampa, de Carlos Alberto Riccelli e Kim Riccelli

Com as carreiras consolidadas na televisão, Carlos Alberto Riccelli e Bruna Lombardi passaram a rever as prioridades artísticas ao realizar juntos “Stress, Orgasms, and Salvation”, produção americana de 2005 inédita no Brasil. Desde então, têm se dedicado ao cinema, com Riccelli geralmente assumindo a direção enquanto Bruna se encarrega do roteiro e assume o papel principal.

Respectivamente com 69 e 63 anos, Carlos Alberto Riccelli e Bruna Lombardi são um casal perfeito, ainda preservando o charme e uma sintonia muito especial nos trabalhos em conjunto. No entanto, o quarto longa-metragem do casal, “Amor em Sampa”, é uma evidência de que uma regressão está ocorrendo, obtendo resultados estranhos para uma parceria que se consolidou tão bem com “O Signo da Cidade”.

Se “Onde Está a Felicidade?” já foi um desapontamento ao sequer responder satisfatoriamente a questão que levanta em seu próprio título, “Amor em Sampa” pretende ser uma declaração de amor à Terra da Garoa sem ir além de seus cartões-postais óbvios. Digamos que a homenagem é tão coerente com a nossa realidade quanto a gafe protagonizada por Mariana Lima, que canta as suas dores na estação Alto do Ipiranga à 1h51 da madrugada, horário em que a Linha Verde já está fechada para os passageiros.

Pode-se dizer que “Amor em Sampa” é uma resposta mais descompromissada a “O Signo da Cidade”, abafando o drama para privilegiar a comédia e o musical. Como o taxista Cosmo, Carlos Alberto Riccelli é não apenas o pivô de uma história coral, mas também o melhor que ela tem a oferecer. A franqueza de sua interpretação compensa a incoerência de seu papel, um homem que tem como maior prazer visualizar as maravilhas de São Paulo e ouvir as suas histórias anônimas a partir dos passageiros que conduz.

O restante é representado por estereótipos. Como Aniz (Bruna Lombardi) a mulher bem-sucedida desiludida com o amor mesmo quando ele lhe dá uma nova chance nas formas de Lucas (Eduardo Moscovis). Há também Mauro (Rodrigo Lombardi), publicitário que insiste em promover em tempos de crise campanhas que extraem o melhor das pessoas e dos cenários que transitam, apaixonando-se no meio do processo por Tutti, a personagem de Mariana Lima. Marcello Airoldi e Tiago Abravanel são o casal que ainda não assumiu a relação para os colegas de trabalho.

Temos mais personagens secundários importantes para o curso da história. Mabel e Carol (Letícia Colin e Bianca Müller) são as melhores amigas que entram em colapso ao darem bola para Matheus (Kim Riccelli, filho de Carlos e Bruna e codiretor do filme), um diretor de teatro mulherengo. Completam o painel Lara (Miá Mello), a namorada de Cosmo que está mais interessada em um bom partido para levar uma vida de privilégios, e Ceição (Michele Mara, a única cantora profissional do elenco), uma empregada com uma voz poderosa.

Resolvendo todos os núcleos do modo mais simplório possível, “Amor em Sampa” é também uma prova de que ainda não descobrimos a fórmula para elaborar bons números musicais, com letras que não inserem qualquer camada nos personagens e uma ausência de coreografias e exploração de espaços que só ampliam a apatia. Restou o amor por São Paulo, que termina enclausurado em agências publicitárias e apartamentos no último andar de hotéis de luxo.

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Participamos da coletiva de imprensa de “Amor em Sampa” realizada no dia 22 de fevereiro. Para conferir alguns destaques da conversa com os jornalistas, clique aqui.

Resenha Crítica | Presságios de Um Crime (2015)

Presságios de Um Crime (Solace)

Solace, de Afonso Poyart

“Presságios de Um Crime” é um projeto que está há tempos em circulação nos Estados Unidos. Entusiasmada com o sucesso de “Seven: Os Sete Pecados Capitais”, a New Line Cinema logo recomendou uma sequência, ao qual David Fincher sabiamente bateu o pé. Reformulado após os tratamentos da dupla Sean Bailey e Ted Griffin, “Presságios de Um Crime” vem com um atrativo especial para o público brasileiro: o nome de Afonso Poyart na direção.

2 Coelhos” não fez um sucesso estrondoso em sua passagem pelos cinemas no início de 2012, o que não impediu a sua transformação em obra de culto e também em credencial para Afonso Poyart chamar a atenção de produtores estrangeiros, certamente impressionados com uma energia diferente conferida a um filme brasileiro de ação. Preservou a virtude em “Presságios de Um Crime”, agora sob os contornos obscuros de um suspense policial.

Agente incumbido de investigar o responsável por uma série de crimes ritualísticos, Joe Merriweather (Jeffrey Dean Morgan), junto a sua parceira Katherine Cowles (Abbie Cornish), recorre a John Clancy (Anthony Hopkins) para elucidar o mistério. Trata-se de um senhor isolado em sua residência, aparentemente em recuperação por alguma tragédia particular e com habilidades psíquicas, como prever acontecimentos futuros por meio de imagens geralmente perturbadoras.

Embora presente somente na segunda metade da história, não há nenhum segredo quanto a participação de Colin Farrell como o assassino procurado por Joe. É o seu Charles Ambrose que aproxima “Presságios de Um Crime” de “Seven”, com propósitos que o assemelham ao John Doe de Kevin Spacey. No entanto, é nas interações com John Clancy que Charles é movido para outras direções, travando um embate psicológico que se materializa em cena.

Mesmo com restrições perceptíveis, Afonso Poyart obtém êxitos na condução de “Presságios de Um Crime”. Grande veterano ultimamente visto em papéis incorporados no piloto automático, Anthony Hopkins está em um bom momento ao permitir a exploração da força de seu olhar e ao conferir um viés paternal a um sujeito amargo. Há também o bom uso de flashes premonitórios que ampliam o tom de perigo que cercam os personagens que desejam capturar Charles.

O limite está na sensação de que a premissa sobre dois opostos com habilidades quase sobre-humanas não atinge todo o seu potencial. Algumas manobras com a câmera, o uso excessivo de zooms e a promessa de um nível gráfico que não se efetiva (como sugere uma cena da autópsia) são alguns fatores que incapacitam “Presságios de Um Crime” de corresponder às expectativas de um grande thriller psicológico.

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Entrevistamos o diretor Afonso Poyart, que revelou alguns detalhes sobre a sua primeira experiência em uma produção estrangeira. Para conferir, basta clicar aqui.

Resenha Crítica | A Grande Aposta (2015)

A Grande Aposta (The Big Short)

The Big Short, de Adam McKay

Curioso notar nesta atual temporada de premiações alguns cineastas mais inclinados à comédia americana de fácil êxito comercial enveredarem por caminhos mais sérios. Responsável pela trilogia “Austin Powers”, Jay Roach merecia ir além da indicação ao Oscar de Melhor Ator para Bryan Cranston com o seu ótimo “Trumbo – Lista Negra”. No entanto, o alvo da vez é Adam McKay, que garantiu ao seu “A Grande Aposta” cinco indicações ao maior prêmio do cinema.

Descoberto no televisivo “Saturday Night Live”, Adam McKay deve a sua carreira a Will Ferrell, que segue como um dos melhores comediantes da atualidade. Com ele, não fez apenas “O Âncora: A Lenda de Ron Burgundy” e “Tudo Por Um Furo”, como também “Ricky Bobby – A Toda Velocidade”, “Quase Irmãos” e “Os Outros Caras”. São filmes que nem todos se orgulham em dizer que riram à beça e, por isso mesmo, vem a surpresa de sua direção em “A Grande Aposta” ser exaltada como uma das melhores do último ano.

Baseado em um livro assinado por Michael Lewis, “A Grande Aposta” não nega por nenhum momento o risco que está correndo ao lidar com um tema nada cinematográfico, fazendo sentido somente para quem tem o economês como segunda língua fluente. O subterfúgio foi justamente recorrer ao humor afável como a principal ferramenta para desfazer qualquer enrosco provocado quando algum personagem cita algum termo recorrente no vocabulário de quem vive para comprar ações ou atuar na Bolsa de Valores.

Não sabia que as hipotecas de alto risco são denominadas como subprime? Não se preocupe, Margot Robbie (sim, a loiraça de “O Lobo de Wall Street”, uma espécie de primo rico de “A Grande Aposta”) irá aparecer em uma banheira tomando uma taça de champanhe enquanto se dirige a você para explicar isso do modo mais simplificado possível. E CDO, também conhecido como Obrigação de Dívida Colateralizada, sabe o que é? Também não sei, mas juro que a Selena Gomez tenta descrever do modo mais didático possível durante um jogo de azar com o economista Richard Thaler.

Claro, estamos no cenário da crise econômica que levou inúmeros bancos a desabarem nos Estados Unidos como uma carreira de peças de dominó. No entanto, o texto se concentra nos bastidores que colaboraram para a bolha imobiliária inflar até o seu estouro em 2008, trazendo figuras que estavam muito cientes de tal consequência a partir da virada do último século. Entre eles, há Michael Burry (Christian Bale), um sujeito enclausurado em seu escritório, os jovens investidores Charlie Geller (John Magaro) e Jamie Shipley (Finn Wittrock) em busca do veterano Ben Rickert (Brad Pitt), e os corretores Mark Baum (Steve Carell) e Jared Vennett (Ryan Gosling).

Além do humor para refletir sobre uma tragédia bem séria e que segue repercutindo no mundo, Adam Mckay ainda tem como forte aliado o montador Hank Corwin, que confere um ritmo quase engraçadinho na junção de picotes de takes captados com uma estética de mockumentary, similar ao que vemos em seriados como “Parks and Recreation”. São na realidade muletas para tentar dinamizar algo que inevitavelmente sucumbe ao enfado. Melhor resolvido, “Margin Call – O Dia Antes do Fim” dramatiza o contexto de modo muito mais fluido, sendo também uma produção que merecia todos os louros agora recolhidos por “A Grande Aposta”.

Resenha Crítica | O Abraço da Serpente (2015)

O Abraço da Serpente (El abrazo de la serpiente)

El abrazo de la serpiente, de Ciro Guerra

Em seu terceiro longa-metragem, o cineasta de 35 anos Ciro Guerra se submete a um desafio que não deve em nada às dificuldades tão alardeadas por Alejandro González Iñárritu com o seu “O Regresso”. Em “O Abraço da Serpente”, Guerra vai contra todos os imprevistos gerados pela natureza ao ambientar toda a sua narrativa em solos indígenas profanados por “invasores” que arruinaram gerações de costumes e crenças.

O filme se estrutura em dois tempos distintos, um modo de dar conta das pesquisas extraídas a partir dos diários de expedições dos cientistas Theodor Koch-Grunberg e Richard Evan Schultes. Xamã da região amazônica da Colômbia, Karamakate é o elo entre os dois personagens, tendo acompanhado Theodor (Jan Bijvoet) em meio a uma série de conflitos enquanto vivido por Nilbio Torres e o etnobotânico americano Richard (Brionne Davis) na velhice e desorientado quanto a própria cultura – Antonio Bolivar o interpreta nessa fase.

Primeira produção colombiana a ser indicada ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, “O Abraço da Serpente” se esquiva da narrativa de interesse antropológico ao focar mais nas consequências do que na contemplação de um cenário e a sua exploração. Theodor é visto pela primeira vez como um senhor adoecido, clamando a Karamakate por uma cura. Por outro lado, a busca de Richard pela Yakruna, a mais sagrada das plantas, parece mais um espelho que reflete o passado de  Karamakate e o seu mundo em transformação.

A fotografia em preto e branco de David Gallego confere ao filme uma atmosfera exótica e há grandes momentos desconcertantes, como quando Theodor tem a sua bússola tomada por uma tribo indígena e tem dificuldades em reavê-la para não provocar uma desordem nos métodos que ela recorre para se orientar diante do vento e o tempo. O que impede a “O Abraço da Serpente” em provocar uma forte impressão é certa desarmonia entre períodos, bem como os minutos finais lisérgicos que se furtam em concluir as trajetórias de seus personagens centrais.

Resenha Crítica | Ponte dos Espiões (2015)

Ponte dos Espiões (Bridge of Spies)

Bridge of Spies, de Steven Spielberg

Se nos deixássemos influenciar somente pelo reconhecimento da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, poderíamos afirmar com os olhos vendados que Steven Spielberg está em uma fase gloriosa em sua carreira. Porém, nos últimos dez anos, as obras com a sua assinatura podem ser divididas em duas categorias.

Na primeira categoria, temos grandes produções como “Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal” e “As Aventuras de Tintim”  tremendamente desapontadoras em comparação com os seus clássicos que redefiniram o blockbuster. Na segunda categoria, há os dramas sérios como “Munique”, “Cavalo de Guerra” e “Lincoln” que são o pior do que se espera de um excesso de formalismo que tem como único objetivo a consagração artística em temporada de premiações.

“Ponte dos Espiões” é mais um Spielberg a figurar em mais uma edição do Oscar, totalizando menções em seis categorias, incluindo Melhor Filme. Ao menos desta vez, o vemos em um momento contido, um possível resultado da constatação de que os seus passos não foram os mais acertados ultimamente. Pode-se dizer que o principal mérito é o texto assinado por Matt Charman e os irmãos Coen, totalmente desprovido de brechas para o sentimentalismo barato.

Em outro grande momento após “Walt nos Bastidores de Mary Poppins” e “Capitão Phillips”, Tom Hanks interpreta o advogado James B. Donovan, figura real que se envolveu em riscos durante a guerra fria ao agir em defesa de Rudolf Abel (Mark Rylance), desmascarado como espião da União Soviética. Porém, o seu principal desafio virá quando os russos anunciarem a captura do piloto Francis Gary Powers (Austin Stowell) ao mesmo tempo em que os alemães mantêm preso o estudante Frederic Pryor (Will Rogers).

Ainda que algumas pieguices de Spielberg sejam inevitáveis, como converter o filho de James, Roger (Noah Schnapp), em uma espécie de alter ego para representar a paranoia da época que reconstrói, existe um interesse genuíno em como o impasse será negociado pelo protagonista, migrando das ameaças dos americanos pelo seu zelo em manter a integridade de Rudolf para a sua presença em solo inimigo em busca de resoluções favoráveis para todas as partes. Outra saída de uma certa zona de conforto também é testemunhada com a primeira parceria de diretor com o compositor Thomas Newman, que entrega um trabalho musical tão encantador que o desejo é de John Williams se ausentar por mais algum tempo dos projetos spilbergianos.

Resenha Crítica | Spotlight: Segredos Revelados (2015)

Spotlight: Segredos Revelados (Spotlight)

Spotlight, de Tom McCarthy

De tempos em tempos, o cinema americano se debruça sobre premissas que definem o jornalismo. No entanto, o cenário é instável e a ideia romântica de super-homens escondidos sob camisas sociais amarrotadas é uma realidade distante em uma etapa em que as redações são encolhidas com verdadeiras demissões em massa e confrontam as dificuldades com a transição do impresso para o online.

Em “Spotlight: Segredos Revelados”, essas constatações saltam aos olhos nas entrelinhas dos bastidores reais da publicação em 2002 de uma série de reportagens produzida por uma equipe do Boston Globe. Mais do que a busca por evidências para denunciar inúmeros padres acusados por abusos de menores, há ali o uso de bloquinhos conflitando com os banners que anunciam o inevitável monopólio dos serviços virtuais.

Com a vinda do novo diretor de redação Marty Baron (Liev Schreiber), os jornalistas investigativos Mike Rezendes (Mark Ruffalo), Sacha Pfeiffer (Rachel McAdams), Matt Carroll (Brian d’Arcy James) e o editor Walter Robinson (Michael Keaton) são incumbidos de fazer uma apuração detalhada sobre o escândalo reacendido de padres acusados por crimes sexuais, tendo as identidades preservadas mesmo após as vítimas recorrerem às autoridades. A missão não é nada simples,  pois o Boston Globe sempre foi reconhecido por um trabalho de pesquisa que pode durar mais de um ano.

Redimindo-se da comédia “Trocando os Pés”, Tom McCarthy volta a fazer um registro dramático mais condizente com uma filmografia composta pelos ótimos “O Agente da Estação”, “O Visitante” e “Ganhar ou Ganhar – A Vida é um Jogo”. Apoiando-se principalmente na parceria com Josh Singer no roteiro, na montagem de Tom McArdle e no elenco que prioriza o senso de trabalho coletivo em detrimento do brilho individual, McCarthy realmente desglamouriza a profissão ao avaliar as consequências no âmbito privado.

Cada componente do Globe Spotlight Team sente na pele uma impotência no curso das investigações que lideram, precisando manter a discrição diante da família que segue frequentando as missas matutinas ou diante dos riscos em habitar com crianças uma residência próxima ao endereço de um padre suspeito por atos de pedofilia. Há ainda o peso dos deveres paralelos, com a reportagem sendo engavetada com a vinda dos ataques terroristas do 11 de setembro.

Ainda diante de tantos reveses, que também inclui o descompromisso com uma pauta urgente sendo esquecida em arquivos-mortos, uma negligência presente principalmente nos grandes veículos, existe em “Spotlight: Segredos Revelados” essa visualização do jornalismo como um agente indispensável para a sociedade. Como recompensa, vem o sentimento de dever cumprido com a repercussão imediata de vozes silenciadas finalmente ganhando forças.